As dificuldades de brasileiros que moram no Japão e que tem os eternos problemas de seguro e reparação pelos danos causados.
É importante destacar que esse não é um caso isolado no Japão, país que recebe uma grande quantidade de imigrantes brasileiros em busca de oportunidades de trabalho.
Um dos principais problemas enfrentados por esses brasileiros é a dificuldade em lidar com o seguro de acidente de trabalho, conhecido como Rosai Hoken.
Muitas vezes, as empresas contratantes e as empreiteiras responsáveis pela contratação não informam adequadamente os trabalhadores sobre seus direitos e responsabilidades nesse sentido.
No caso de Carlito Mitsui, 33, morador da cidade de Izumo, ele torceu o pé durante sua jornada de trabalho na empresa de componentes eletrônicos Murata, agenciado pela empreiteira Fuji-Art. Ao comunicar o líder de seu setor sobre o acidente, foi instruído a continuar trabalhando, o que acabou agravando sua lesão.
Posteriormente, descobriu-se que o pé estava fraturado e, desde então, passou por oito cirurgias e ficou impossibilitado de trabalhar. Essa situação é bastante preocupante, pois revela a falta de preocupação das empresas com a saúde e bem-estar de seus trabalhadores estrangeiros.
Muitas vezes, essas empresas exploram a mão de obra imigrante, ameaçando-os com a possibilidade de demissão caso não continuem trabalhando mesmo estando doentes ou lesionados.
Isso é especialmente comum na região de Shimane, onde a RPJ (Rede de Proteção ao Trabalhador no Japão) tem recebido diversas denúncias envolvendo a empresa Murata e empreiteiras que prestam serviços.
Diante desse cenário, é essencial que os trabalhadores estrangeiros no Japão se cuidem, se informem e não assinem nenhum documento sem entender completamente seus direitos e obrigações.
A maioria das empreiteiras e fábricas não está preocupada com a saúde e o bem-estar de seus funcionários, e isso precisa mudar.
Nesse sentido, a internet desempenha um papel fundamental na comunidade brasileira no Japão. Como muitas vezes não há acesso a canais de televisão ou rádio em língua portuguesa, é crucial que a informação seja disseminada através de plataformas online, como a RPJ.
É por meio dessas ferramentas virtuais que os trabalhadores podem encontrar apoio, orientação e relatos de outras pessoas que passaram por situações semelhantes.
Acompanhe o relato do Carlito Mitsui
A situação vivida por Carlito é lamentável, pois ele sofreu uma lesão que poderia ter sido evitada. Dificuldade ao andar, exercer certas funções como agachar, correr nunca mais ou andar em desnível sobre rampas ruas com declínio, subir ou descer escadas.
Agora, ele busca justiça e reparação pelos danos causados.
Essa luta é exemplar e deve servir como um alerta para outros trabalhadores brasileiros no Japão, para que sejam mais conscientes de seus direitos e exijam melhores condições de trabalho e segurança.
Nesse sentido, é fundamental que as autoridades japonesas fiscalizem de maneira mais rigorosa o cumprimento das leis trabalhistas e ofereçam um suporte mais eficiente aos imigrantes.
A RPJ conversou com a direção da Fujiart-Agencia Izumo“Os trâmites do seguro acidente é o Carlito quem tomou iniciativa por conta própria, e ao meu ver quem decide é o sistema do seguro acidente(Rosai)“ disse ainda “Que no mês de outubro, Carlito só trabalhou 2 horas e foi embora por conta própria e disse que iria usar os restos do Yukyu( dias remunerados) e segundo o Diretor Fuku Shocho, alega que o próprio Carlito quem está fazendo do jeito dele sem consultar a empreiteira“
Além disso, é preciso uma maior conscientização por parte das empresas sobre sua responsabilidade com os trabalhadores e uma mudança cultural que priorize a segurança e o bem-estar de todos, independentemente de sua nacionalidade.
Somente assim será possível garantir um ambiente de trabalho justo e seguro para todos os brasileiros que vivem e trabalham no Japão.
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