O número de pacientes com síndrome do choque tóxico estreptocócico fulminante (STSS) ultrapassou 1.000 desde janeiro, marcando um aumento alarmante de casos de infecção por bactérias "comedoras de carne", que podem causar necrose e têm alta taxa de letalidade.
Este número já excede o total do ano passado, que foi o mais elevado desde 1999, quando os dados começaram a ser disponibilizados. O surto atual não tem fim à vista, preocupando especialistas e autoridades de saúde.
De acordo com os números preliminares divulgados pelo Instituto Nacional de Doenças Infecciosas (NIID) em 18 de junho, o número de casos deste ano era de 1.019 até 9 de junho. Em apenas seis meses, o número já superou os 941 casos do ano passado.
Existem várias cepas de estreptococos, como os estreptococos do grupo A e do grupo B. O grupo A é conhecido por causar faringite (faringite estreptocócica), uma epidemia que se espalha principalmente entre crianças a cada inverno e da primavera ao início do verão. Embora casos graves sejam raros, se a bactéria entrar no corpo através de uma ferida, pode causar o STSS fulminante, que é muito mais mortal. A "bactéria carnívora" pode infectar pacientes através de feridas nas mãos e nos pés, causando necrose rápida e falência de múltiplos órgãos. A morte pode ocorrer poucas horas após o início dos sintomas, com uma taxa de mortalidade estimada em 30%.
Tanto a faringite quanto o STSS causados por estreptococos do grupo A têm aumentado desde o segundo semestre de 2023. De acordo com o NIID, normalmente mais de 70% dos pacientes com STSS têm 50 anos ou mais. Porém, de julho a dezembro de 2023, o percentual de pacientes com menos de 50 anos aumentou.
Os especialistas acreditam que a causa seja a "cepa M1UK", uma cepa altamente tóxica e infecciosa do estreptococo do grupo A. Muitos casos causados por esta cepa foram relatados no Reino Unido e em outros países desde a década de 2010. Especialistas sugerem que esta cepa específica entrou no Japão vinda do exterior e pode ser a causa para a propagação.
“Não sabemos a razão exata, mas o número de pacientes com faringite causada por estreptococos está aumentando e acredita-se que esse aumento esteja contribuindo para o crescimento do número de pacientes com STSS”, disse um representante do Ministério da Saúde. O número de relatos de pacientes com STSS também está aumentando no exterior.
A infecção estreptocócica normalmente resulta em sintomas leves, como faringite, mas em casos raros pode levar ao STSS. A ligação exata entre a infecção inicial e o desenvolvimento do STSS ainda é desconhecida.
O Ministério da Saúde instou o público a tomar medidas básicas de controle de infecções, como lavar as mãos, usar máscara e manter os ferimentos limpos, para prevenir a disseminação desta grave infecção.
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