Um ex-chefe do Gabinete do Promotor Público do Distrito de Osaka, Kentaro Kitagawa, de 65 anos, acusado de estuprar uma subordinada embriagada em 2018, mudou sua declaração para inocente. A mudança foi anunciada por seu novo advogado de defesa, Kazuhiro Nakamura, na terça-feira, cerca de um mês após a primeira audiência no Tribunal Distrital de Osaka.
Na audiência inicial, realizada em 25 de outubro, Kitagawa havia afirmado que “não contestaria” as acusações. Ele é acusado de ter violentado a subordinada em sua residência oficial em setembro de 2018, quando a vítima estava alcoolizada e incapaz de resistir.
Entretanto, Nakamura declarou que Kitagawa não sabia que a mulher estava incapacitada e acreditava que havia consentimento.
“Não houve intenção de cometer um crime, e ele é inocente”, afirmou o advogado durante uma coletiva de imprensa. A mudança de alegação foi comunicada ao juiz e aos promotores em uma reunião a portas fechadas.
A vítima, por meio de seu advogado, lamentou a mudança de postura do acusado. “É triste que um ex-promotor de alto escalão não tenha intenção de expiar seu crime. Como promotor, isso é vergonhoso”, declarou ela. A vítima também planeja se pronunciar publicamente em uma coletiva de imprensa marcada para esta quarta-feira.
Segundo Nakamura, Kitagawa inicialmente aceitou as acusações para evitar transtornos às partes envolvidas e aos promotores. Contudo, após a primeira audiência, ele reconsiderou sua posição devido a críticas de colegas. Isso ocorreu após a vítima acusar os promotores de vazarem informações sigilosas da investigação para a defesa de Kitagawa.
O principal advogado de defesa de Kitagawa foi substituído após a primeira audiência. A segunda sessão, agendada para terça-feira, foi cancelada, e o réu deverá se declarar inocente na próxima audiência.
Este caso continua a gerar repercussão devido à gravidade das acusações e à postura adotada pela defesa, levantando discussões sobre ética, consentimento e o comportamento de figuras de alto escalão na justiça japonesa.
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