No dia 23 de agosto, grupos de cidadãos japoneses e residentes estrangeiros das prefeituras de Kanagawa e Hyogo se reuniram na Dieta para negociar diretamente com autoridades do governo central, exigindo a abolição completa da exigência de nacionalidade japonesa para servidores públicos. A reunião contou com a participação de professores de nacionalidade estrangeira que expressaram suas preocupações sobre a discriminação que enfrentam.
Embora a cláusula de nacionalidade para contratação de professores em escolas públicas tenha sido abolida em 1991, muitos estrangeiros continuam limitados a cargos de "professores em tempo integral", sem permissão para ocupar posições de liderança. Além disso, muitos governos locais ainda não permitem que estrangeiros participem de concursos públicos, e em municípios onde essa possibilidade existe, eles são restritos a determinados campos de atuação.
Em 2018, o Comitê da ONU para a Eliminação da Discriminação Racial emitiu um aviso ao governo japonês, exigindo correções a essa situação. No entanto, mudanças significativas ainda não foram implementadas.
Uma das participantes da reunião, uma professora estrangeira de 54 anos que trabalha em uma escola de ensino médio em Yokohama, compartilhou sua frustração com a situação. Embora tenha sido convidada a se envolver no ensino de alunos com necessidades especiais, ela se viu obrigada a recusar, afirmando que a questão da nacionalidade a impede de assumir um papel de liderança e afeta sua motivação e o desempenho de seus alunos. "Sou sistematicamente discriminada e estou constantemente me perguntando o que fazer", desabafou a professora.
Em resposta, um representante do Ministério da Educação afirmou que a nomeação e o tratamento de professores são responsabilidade dos conselhos de educação, mas a resposta foi vista como insatisfatória pelos participantes do encontro, que continuam a lutar por mudanças no sistema.
Comentários: