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Polícia de Ibaraki registra aumento nas prisões por cultivo ilegal de cannabis

Casas abandonadas são transformadas em estufas clandestinas; imigrantes ilegais e grupos organizados estão entre os principais suspeitos, segundo as autoridades.

Polícia de Ibaraki registra aumento nas prisões por cultivo ilegal de cannabis
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IBARAKI – A Polícia da Província de Ibaraki registrou um aumento expressivo no número de prisões por cultivo ilegal de grandes quantidades de cannabis. Em grande parte dos casos, os suspeitos transformam cômodos de casas ou apartamentos em verdadeiras “fábricas de cultivo” para fins lucrativos, e muitos deles são imigrantes em situação irregular no país.

Um dos fatores que favorecem esse tipo de crime é o grande número de imóveis vagos na província, o que possibilita o aluguel de residências a preços baixos, muitas vezes sem fiscalização adequada. Diante disso, a polícia tem orientado as imobiliárias a reforçar as inspeções antes de firmar contratos e pede à população que denuncie qualquer movimentação suspeita.

Segundo o investigador Takeshi Terakura, que participou de uma das operações, a cena encontrada em uma das casas, em julho deste ano, foi descrita como “uma verdadeira floresta de cannabis”.

“O cômodo estava impregnado com o cheiro característico da planta, luzes de LED cobriam o teto e havia equipamentos para controle de temperatura e umidade. O ambiente era totalmente controlado”, relatou o policial.

Crescimento alarmante dos casos

Dados da Polícia Provincial indicam que até 22 de outubro deste ano foram registrados 13 casos de cultivo ilegal, número muito superior aos anos anteriores — foram quatro em 2024 e apenas um em 2023.

“O número está aumentando rapidamente, e a realidade é que não conseguimos atender a todos os casos”, lamentou um alto funcionário da corporação.

Estrangeiros e crime organizado sob investigação

Nos últimos meses, três cidadãos vietnamitas foram presos sob suspeita de cultivar grandes quantidades de cannabis para fins comerciais. Todos haviam chegado ao Japão como estagiários técnicos, mas seus vistos de residência haviam sido revogados.

As residências utilizadas estavam alugadas em nome de diferentes empresas imobiliárias da região, o que reforça a suspeita de envolvimento de grupos criminosos organizados. Segundo a polícia, há indícios de outros cúmplices, incluindo responsáveis pela compra de equipamentos e pela transmissão de técnicas de cultivo profissional.

Casas vagas facilitam o crime

De acordo com o Censo de Habitação e Terras do Ministério de Assuntos Internos e Comunicações, realizado em 2011, Ibaraki possui cerca de 1,39 milhão de residências, das quais aproximadamente 196 mil estão desocupadas — metade delas disponíveis para aluguel.

Os aluguéis mais baixos em comparação com regiões urbanas atraem pessoas que buscam locais afastados e discretos, o que levanta preocupações sobre segurança pública e degradação social em comunidades pequenas.

Atenção redobrada das imobiliárias

A polícia reforçou o alerta para que imobiliárias e proprietários verifiquem cuidadosamente a identidade dos locatários e a finalidade do uso do imóvel. Há registros de criminosos que se passam por empresários, alegando que usarão o local “para abrir um pequeno negócio” ou “como alojamento corporativo”.

As autoridades lembram que quem receber renda de aluguel sabendo que o imóvel é usado para atividades ilegais pode ser responsabilizado criminalmente, conforme prevê a Lei de Punição ao Crime Organizado.

Sinais de alerta

Os imóveis usados para cultivo de cannabis apresentam características comuns, como persianas sempre fechadas, unidades de ar-condicionado ligadas constantemente e odor forte de erva no ambiente.

“Se notar uma construção com essas características ou sentir um cheiro incomum, denuncie imediatamente à polícia”, orientou um porta-voz da corporação.

Análise: tráfico, vulnerabilidade e brechas no sistema

O aumento desses casos em Ibaraki reflete um fenômeno mais amplo que atinge várias regiões do Japão, onde imigrantes em situação irregular são aliciados por redes de tráfico internacional que exploram sua vulnerabilidade social e econômica.

Esses grupos se aproveitam de falhas na fiscalização de imigração, do excesso de imóveis abandonados e da necessidade de mão de obra barata, transformando o interior japonês em pontos estratégicos para o cultivo e distribuição de drogas.

Autoridades temem que o avanço dessas operações comprometa a segurança pública e a imagem do Japão como país de baixo índice de criminalidade, e reforçam que o combate ao tráfico deve vir acompanhado de políticas migratórias mais rígidas e de apoio social aos trabalhadores estrangeiros.

Fechamento editorial

Em meio a casas abandonadas e promessas de lucro fácil, cresce um problema silencioso que ameaça a tranquilidade das comunidades locais.
No fim das contas, o cultivo ilegal de cannabis em Ibaraki expõe não apenas uma brecha na lei, mas também uma ferida social — onde a vulnerabilidade de uns acaba se tornando o negócio lucrativo de outros.

Fonte/Créditos: Da redação

Créditos (Imagem de capa): Imagem-Polícia de Ibaraki

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