A política de deportações em massa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, gerou a primeira crise diplomática entre seu novo governo e a América Latina. No centro da controvérsia está o tratamento dispensado a imigrantes brasileiros enviados de volta ao país sob condições que o governo brasileiro considera degradantes.
Nesta terça-feira (28), o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, declarou em entrevista coletiva que pretende discutir com autoridades americanas formas de garantir que as deportações ocorram dentro dos "requisitos mínimos de dignidade" e do "respeito aos direitos humanos". A declaração surge após imagens de deportados algemados e com correntes nos pés causarem indignação no Brasil.
Ministro Mauro Vieira
A tensão entre os dois países se intensificou depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que o governo brasileiro não aceitasse que cidadãos nacionais fossem tratados de forma humilhante. Como resposta, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ordenou que a Polícia Federal garantisse a retirada das algemas dos brasileiros assim que desembarcassem no Brasil. Além disso, foi providenciado um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) para transportar os deportados de Manaus a seus destinos finais.
A crise evidencia a postura mais rígida da administração Lula em relação à política migratória de Trump, em contraste com gestões anteriores que mantiveram uma abordagem mais discreta. A expectativa é que o tema ganhe novos desdobramentos nos próximos dias, à medida que os governos busquem uma solução diplomática para o impasse.
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