A morte brutal da brasileira Amanda Borges, em um hotel e ou, quarto, no Japão, escancarou uma série de falhas, omissões e contradições que levantam dúvidas inquietantes. O caso — tratado sob absoluto sigilo pela polícia japonesa desde o início — segue envolto em mistério, enquanto a família da vítima e o Brasil exigem respostas.
Desde a descoberta do corpo, o cenário do crime foi mantido longe dos olhos do público. Não houve imagens do resgate, nenhuma presença dos bombeiros foi relatada ou exibida, tampouco foram divulgadas fotos do quarto ou do suposto autor do crime, cuja identidade parece oscilar entre a de um "proprietário do quarto" e, em outros momentos, alguém "sem vínculo com o local". A incoerência é gritante.
Ainda sem autópsia divulgada, sem laudo oficial, sem filmagens e com a lentidão injustificável na liberação do corpo, o caso Amanda Borges revela um modus operandi preocupante por parte das autoridades japonesas, marcado pelo silêncio absoluto e justificativas frágeis de que o "processo está sob sigilo".
Onde estão os pertences da vítima? Por que as imagens do local do crime nunca vieram a público? Por que a polícia não divulgou a identidade do suspeito com clareza? As perguntas se multiplicam. O nome de um cidadão do Sri Lanka surgiu nas investigações, mas até agora não há pedido formal de extradição, nem qualquer sinal de que ele será responsabilizado pelo crime.
Enquanto isso, o Itamaraty e o consulado brasileiro se mostram limitados, burocráticos e visivelmente mais preocupados com os custos do translado do corpo do que com a obtenção de justiça. No Brasil, a dor se agrava e deixa a sensação de um país que abandona seus cidadãos dentro e fora de casa.
A mídia japonesa, por sua vez, tem se mostrado reticente, quase indiferente, em cobrir o assassinato com a seriedade e urgência que o caso exige. Seria diferente se a vítima fosse japonesa? A sensação, para muitos brasileiros, é de que a nacionalidade de Amanda tem peso nas prioridades da investigação e na forma como o caso é tratado publicamente.
O estado de Goiás, de onde Amanda Borges saiu com sonhos e esperança, ainda aguarda respostas. E não apenas sua família — mas todo brasileiro de bem, toda mãe, todo pai, que clama por justiça, verdade e respeito.
Porque silêncio, nesse caso, não é prudência — é omissão. E o que se exige agora não é paciência, mas justiça.
Fonte/Créditos: Da redação
Créditos (Imagem de capa): Rede social
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