O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou recentemente apoio à “parceria” entre a Nippon Steel e a US Steel, em meio aos esforços da empresa japonesa para adquirir a tradicional companhia americana. No entanto, o processo enfrenta barreiras regulatórias e desconfiança política.
Embora a Nippon Steel mantenha como objetivo tornar a US Steel uma subsidiária integral, Trump não revelou detalhes sobre o investimento ou participação acionária. Caso as exigências do governo americano sejam muito restritivas, o avanço das negociações pode ser freado novamente, exigindo extrema atenção na etapa final.
Desde dezembro de 2023, quando anunciou a intenção de compra, a Nippon Steel tem feito concessões para reduzir críticas de sindicatos e aliviar preocupações sobre a venda a uma estrangeira. Entre as garantias oferecidas estão manutenção de empregos, nenhuma demissão e um conselho administrativo majoritariamente formado por americanos.
Mesmo assim, caso o valor da aquisição suba significativamente, o risco financeiro para a empresa japonesa aumentará. O sucesso dependerá também da capacidade de integrar os ativos dos EUA sem comprometer sua estabilidade econômica.
A entrada no mercado americano é estratégica: ao contrário de outros países desenvolvidos, os EUA têm perspectiva de crescimento populacional. Além disso, importam cerca de 30% do aço que consomem, abrindo espaço para tecnologias avançadas — área em que a Nippon Steel lidera, como chapas eletromagnéticas para veículos elétricos.
A US Steel possui infraestrutura relevante, incluindo oito altos-fornos (alguns ociosos) e três fornos elétricos nos EUA. Sua vantagem está na produção de chapas automotivas de alto valor agregado e no controle de minas de minério de ferro. No entanto, enfrenta dificuldades há anos, devido ao envelhecimento das instalações e custos crescentes.
Segundo Tomohisa Ishikawa, economista-chefe do Japan Research Institute Ltd., o acordo exige alto investimento e traz riscos. “A Nippon Steel precisa manter posição forte no mercado americano e adotar estratégia de preços eficiente”, alerta.
Enquanto isso, a demanda por aço no Japão cai pelo terceiro ano seguido, com produção em 2024 estimada em 84 milhões de toneladas — uma retração de 3,4%. Para a Nippon Steel, líder global ambiciosa, expandir-se nos EUA faz parte de seu plano estratégico de longo prazo.
Apesar das promessas e projeções positivas, porém, o retorno financeiro pode demorar. E, diante de incertezas políticas e econômicas, o caminho até a concretização do negócio promete ser complexo.
Fonte/Créditos: Daa redação
Créditos (Imagem de capa): NIPPON STEEL
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