O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, anunciou que vai renunciar ao aumento salarial previsto, num momento em que o Governo nipónico propõe que as remunerações sejam aumentadas, preparando-se para o fazer em toda a Administração pública.
Um projeto de lei prevê aumentos de todos os funcionários até ao topo do Executivo. No caso do chefe do Governo, o seu salário anual deveria aumentar 460.000 ienes (2.850 euros), para um total de 40,6 milhões de ienes (250.000 euros).
"É verdade que a decisão de aumentar os salários do primeiro-ministro e dos ministros foi criticada pela opinião pública japonesa, mas temos de evitar suscitar desconfiança", afirmou o porta-voz do Governo, Hirokazu Matsuno, na quinta-feira.
Consequentemente, "se o projeto de lei for aprovado pelo Parlamento, o primeiro-ministro, os ministros e os vice-ministros decidiram transferir o montante dos seus aumentos salariais para o Tesouro", continuou Matsuno.
Na semana passada, Kishida apresentou um novo e vasto plano de apoio à economia japonesa, equivalente a mais de 100 mil milhões de euros, com o objetivo de aliviar os efeitos da inflação na população e tentar aumentar o fraco índice de popularidade do atual governo.
A inflação no Japão atingiu, no início do ano, níveis que não se registavam desde 1981 e mantém-se atualmente muito acima do objetivo de 2% fixado pelo Banco do Japão.
A subida dos preços está a minar o poder de compra das famílias japonesas, uma vez que os aumentos salariais têm dificuldade em acompanhar o ritmo. A queda do iene em relação ao dólar e ao euro também está a pesar sobre os consumidores japoneses.
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