A vitória do candidato republicano Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos, confirmada na manhã desta quarta-feira (6), é vista como uma “péssima notícia” para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo o cientista político Ricardo Ribeiro, das consultorias MCM e LCA. Para Ribeiro, a preferência declarada de Lula pela atual vice-presidente Kamala Harris, do Partido Democrata, que acabou derrotada na disputa, pode gerar um “embaraço diplomático” para o governo brasileiro, ainda que o presidente tenha cumprido a formalidade de reconhecer a vitória de Trump com declarações nas redes sociais.
O apoio velado de Lula a Harris reflete um alinhamento histórico do Partido dos Trabalhadores com a linha política dos democratas nos Estados Unidos. Contudo, com Trump novamente no poder, as relações entre os países podem se tornar desafiadoras. Para o analista, Lula terá que “recalibrar sua abordagem” e buscar manter um diálogo produtivo com o governo republicano, apesar das evidentes diferenças políticas e ideológicas.
Enquanto isso, o ex-presidente Jair Bolsonaro, antigo aliado de Trump, rapidamente parabenizou o americano pela vitória. Em uma publicação extensa na plataforma X (antigo Twitter), Bolsonaro chamou Trump de "amigo" e classificou a vitória do republicano como “épica”. O ex-presidente brasileiro, que sempre manteve uma relação próxima com Trump durante seu governo, aproveitou a ocasião para sugerir que o Brasil siga um caminho semelhante, reforçando a postura de oposição ao atual governo de Lula.
A vitória de Trump traz, portanto, implicações para a política externa brasileira, com Lula tendo que navegar em uma relação potencialmente mais tensa com os Estados Unidos, ao passo que figuras da oposição, como Bolsonaro, celebram um possível fortalecimento da direita global. Analistas sugerem que o governo brasileiro precisará buscar diálogo e cooperação para minimizar os impactos dessa mudança no cenário internacional e evitar qualquer deterioração nas relações bilaterais.
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