A mídia japonesa, ao longo dos anos, tem sido palco de notícias preocupantes envolvendo a segurança e o bem-estar de crianças. Casos de negligência, irresponsabilidade e até mesmo abandono, ao menos naquilo que se torna público, parecem ocorrer com uma frequência alarmante. É comum nos depararmos com relatos de pais que "esquecem" seus filhos pequenos, bebês ou crianças de até cinco anos, trancados dentro de carros. Vemos também crianças circulando sozinhas pelas ruas, expondo-se a inúmeros perigos. Em situações mais extremas, infelizmente, a agressão infantil também figura nas manchetes.
Recentemente, fomos confrontados com mais uma tragédia que levanta sérias questões: um pai deixou seu filho de apenas 4 anos dormindo sozinho em um quarto de hotel para ir às compras. O resultado foi devastador: a criança caiu do prédio e não resistiu aos ferimentos. Diante de eventos como este, torna-se inevitável questionar a linha tênue entre o acidente e a negligência.
É compreensível que acidentes aconteçam. No entanto, a insistente narrativa de "esquecimento" em situações que envolvem a vida de uma criança soa, no mínimo, ingênua. Seria razoável comparar o ato de esquecer uma carteira ou um par de óculos com o de deixar um ser humano vulnerável, ainda que seja um filho, desamparado? A frequência com que esses "esquecimentos" ocorrem no Japão, e a aparente paciência e cautela com que as autoridades policiais tratam tais situações, levantam uma séria interrogação.
O impacto do calor e sol no seu carro
Para a nossa equipe, diante da repetição desses eventos, a terminologia que melhor se encaixa é abandono de incapaz. Deixar uma criança pequena sozinha em um quarto de hotel, exposta a riscos evidentes, ou trancada em um carro sob o sol escaldante de verão com as janelas fechadas, ultrapassa a barreira do mero descuido. Lembramos também de casos de crianças esquecidas por horas em ônibus escolares, situações que beiram o inaceitável.
No vasto espectro de crimes existentes, a forma como um ato é cometido define sua natureza. E quando a "falha de memória" se torna um padrão recorrente, colocando em risco a vida de crianças, é crucial questionar a real natureza desses incidentes.
Perigo para as crianças
Deixamos no ar a seguinte pergunta: será mesmo apenas "esquecimento"? Para nós, da Equipe RPJ, essa persistente alegação diante de tantos casos semelhantes soa, no mínimo, estranha e levanta sérias preocupações sobre a segurança e a proteção das crianças no Japão.
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