Um navio de guerra da Marinha dos Estados Unidos operando no Oriente Médio interceptou três mísseis perto da costa do Iêmen nesta quinta-feira (19), disseram duas autoridades americanas.
Uma das autoridades disse que os mísseis foram disparados por integrantes do grupo Houthi, apoiados pelo Irã, que estão envolvidos em um conflito contínuo no Iêmen. O secretário de imprensa do Pentágono, general-brigadeiro Pat Ryder, confirmou que o USS Carney derrubou três mísseis de ataque terrestre, bem como vários drones lançados pelas forças Houthi.
“Esta ação foi uma demonstração da integrada defesa aérea e antimísseis que construímos no Oriente Médio e que estamos preparados para utilizá-la, sempre que necessário, para proteger os nossos parceiros e o nosso interesse nesta importante região”, disse ele numa conferência de imprensa.
“Não houve vítimas para as forças dos EUA e nenhuma, que saibamos, para quaisquer civis no terreno”, completou Ryder.
O General-brigadeiro também falou que o Pentágono não pode dizer com certeza, neste momento, quais eram os alvos dos mísseis e drones, mas disse que foram lançados do Iémen e se dirigiam para norte ao longo do Mar Vermelho, “potencialmente em direção a alvos em Israel”.
O USS Carney transitou pelo Canal de Suez até o Mar Vermelho na quarta-feira (19). O comando das Forças da Frota dos EUA disse numa publicação nas redes sociais que iria “ajudar a garantir a segurança marítima e a estabilidade no Oriente Médio”.
Outros ataques aos EUA nos últimos dias
O incidente foi faz parte de uma série dos últimos dias, com bases dos EUA sendo alvo de drones na Síria e no Iraque, em meio a tensões crescentes na região, à medida que a guerra entre Israel e o Hamas continua.
Os ataques de drones contra a base na Síria resultaram em “ferimentos leves”, disse Ryder.
Na quarta-feira, dois drones atacaram a guarnição de al-Tanf na Síria, onde estão baseadas as forças dos EUA e da coligação anti-ISIS, disse Ryder. Um drone foi atacado e destruído, e outro drone se chocou contra a base americana, resultando em ferimentos leves nas forças da coalizão, disse Ryder.
Nesta mesma manhã, no Iraque, os sistemas de alerta precoce indicaram uma possível ameaça que se aproximava da base aérea de al-Asad, onde o pessoal dos EUA está. Nenhum ataque ocorreu, mas os agentes se abrigaram no local, e um engenheiro civil americano sofreu um ataque cardíaco e morreu, disse Ryder.
Na terça-feira (17), as forças dos EUA se defenderam contra três drones perto das forças dos EUA e da coalizão no Iraque, disse Ryder.
Dois dos drones tiveram como alvo a base aérea de al-Asad, o que resultou em ferimentos leves nas forças da coalizão. E no norte do Iraque, perto da base aérea de Bashur, as forças dos EUA atacaram e destruíram um drone, não resultando em feridos ou danos, disse Ryder.
“Embora não vá prever qualquer resposta potencial a estes ataques, direi que tomaremos todas as ações necessárias para defender as forças dos EUA e da coligação contra qualquer ameaça”, disse ele. “Qualquer resposta, caso ocorra, virá no momento e da maneira que escolhermos”.
Questionado sobre se todos estes ataques estão ligados à guerra em curso entre Israel e o Hamas e à raiva na região pelo apoio dos EUA a Israel, Ryder disse que os EUA ainda estão avaliando.
“Nosso foco continuará a ser garantir que estamos dissuadindo um potencial conflito regional mais amplo”, disse ele.
Para esse fim, disse Ryder, o ministro da Defesa dos EUA, o general aposentado Lloyd Austin, realizou uma série de ligações com líderes árabes e israelenses, incluindo o sheik Mohamed bin Zayed, dos Emirados Árabes Unidos, o emir sheik Tamim, do Catar, e o príncipe Khalid bin Salman, da Arábia Saudita. O objectivo era reiterar o apoio dos EUA a Israel e sublinhar a importância da salvaguarda dos civis.
“Ele enfatizou novamente que qualquer país ou qualquer grupo que pense em tentar tirar vantagem da situação em Israel para tentar ampliar o conflito deveria pensar duas vezes e não duvidar da resposta dos Estados Unidos”, disse Ryder.
Austin também conversou na quinta-feira com seu homólogo israelense, o ministro da Defesa Yoav Gallant, com quem tem conversado frequentemente desde o início da guerra.
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