As discussões em torno da elegibilidade de gênero no boxe feminino nos Jogos Olímpicos de Paris estão gerando repercussões em todo o mundo. Em um discurso recente, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, declarou: "Mantenham os homens fora dos esportes femininos! Ele é um grande 'boxeador masculino'!" Trump também afirmou que não permitirá a participação de atletas transgêneros nas próximas Olimpíadas de Los Angeles.
O problema começou durante o segundo round da competição de boxe feminino até 66kg, quando a argelina Eimanun Khalif enfrentou a italiana Angela Carini. Carini foi atingida com um soco poderoso no rosto e recuou após 46 segundos, ajoelhando-se no ringue e chorando. Khalif, que venceu a luta, e o boxeador taiwanês Lin Ik-tei, que compete na categoria até 57kg, estão no centro da polêmica por serem "mulheres com cromossomos masculinos".
Ambos foram desclassificados do Campeonato Mundial de 2023 devido aos altos níveis de testosterona, um hormônio masculino que desempenha um papel crucial na construção do esqueleto e dos músculos. No entanto, o COI (Comitê Olímpico Internacional) permitiu a participação deles nas Olimpíadas de Paris. O presidente do COI, Thomas Bach, justificou a decisão em entrevista coletiva no dia 3, dizendo: "Não há dúvida de que ela é uma mulher. Por que alguém que nasceu, cresceu, compete e possui passaporte não é considerada mulher?"
Por outro lado, a IBA (Associação Internacional de Boxe) afirmou no dia 5, horário do Japão: "Não importa o que está escrito no passaporte. O que mais nos preocupa é que o equilíbrio hormonal deles seja claramente maior do que o de outros atletas. Isso é vantajoso", disse em comunicado.
Apesar das opiniões conflitantes sobre a participação dos dois atletas, Khalif venceu nas quartas de final. Lin também derrotou um adversário búlgaro por decisão, garantindo ao menos a medalha de bronze para ambos. Khalif declarou: "Sou uma mulher e digo ao mundo inteiro que continuarei a ser uma mulher que enfrenta desafios."
Khalif disputará as semifinais no dia 7, horário do Japão. As controvérsias em torno da elegibilidade de gênero no esporte continuam a ser um tema quente, destacando a necessidade de um debate mais profundo e regulamentações claras sobre o assunto.
Comentários: