Moradores que processaram uma creche no bairro de Nerima, Tóquio, alegando que o barulho das crianças violava seu direito à paz, perderam o caso. A ação buscava compensação da empresa Nippon Serviço de Creche, responsável pelo espaço, alegando que o ruído perturbava o sossego local. Em decisão final, a Terceira Bancada do Supremo Tribunal, presidida pela juíza Eriko Watanabe, rejeitou o recurso dos moradores.
O caso teve início em 2020, quando o Tribunal Distrital de Tóquio constatou que o nível de ruído, inicialmente superior aos padrões nacionais, foi reduzido após ajustes na rotina da creche, como limitar o uso do jardim. A decisão foi mantida em 2021 pelo Tribunal Superior de Tóquio. Esse processo reflete um desafio cultural no Japão, onde o barulho - mesmo comum e natural, como o de crianças brincando - gera conflitos e debates sobre os limites do silêncio e do convívio social.
O Japão, conhecido como "o país do silêncio", valoriza profundamente a tranquilidade, a ponto de a intolerância ao barulho ser praticamente zero. Esse cuidado com o silêncio é tão rigoroso que até o som das crianças em escolas e creches, algo natural em qualquer sociedade, pode gerar conflitos e até processos judiciais, refletindo uma cultura onde o sossego é altamente respeitado e preservado.
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