Na quarta-feira, o Tribunal Distrital de Tóquio condenou Jiang Zhuojun, um cidadão chinês de 29 anos residente no Japão, a oito meses de prisão por seu envolvimento em um ato de vandalismo ocorrido em maio no santuário Yasukuni, um local historicamente ligado à guerra. Jiang foi acusado de danificar propriedade e desrespeitar um local de culto ao lado de outros dois cidadãos chineses, que retornaram à China e estão na lista de procurados pela polícia japonesa.
De acordo com a sentença, Jiang e os outros dois homens pintaram com spray a palavra "toilet" em um pilar de pedra do santuário em 31 de maio. O tribunal considerou a pena de prisão adequada, ressaltando que não houve reparação pelos danos causados. O juiz Yasushi Fuke afirmou que Jiang teve um papel essencial no ato, já que foi ele quem adquiriu a tinta spray, e classificou o ato como "imperdoável" por recorrer a meios ilegais para manifestar opiniões.
Jiang alegou que a pichação foi um protesto contra a liberação de água radioativa tratada da usina nuclear de Fukushima Daiichi no Oceano Pacífico, iniciada em 2023. No entanto, o tribunal rejeitou essa justificativa, reforçando que ações ilegais não são aceitáveis como forma de protesto.
O santuário Yasukuni, que homenageia os mortos de guerra do Japão, é uma constante fonte de tensões diplomáticas com a China e outros países asiáticos, devido à presença de líderes condenados como criminosos de guerra pelo tribunal internacional após a Segunda Guerra Mundial.
O caso reacende debates sobre os limites da liberdade de expressão e os impactos diplomáticos de atos simbólicos em locais historicamente sensíveis.
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