Em uma coletiva de imprensa realizada na segunda-feira em Butler, Pensilvânia, Lourenço Gonçalves, CEO da Cleveland-Cliffs, fez duras críticas ao Japão após a decisão do presidente dos EUA, Joe Biden, de bloquear um acordo entre duas grandes empresas do setor siderúrgico. Durante seu pronunciamento, Gonçalves acusou o Japão de desempenhar um papel central no que chamou de "ensinamentos à China sobre como despejar aço".
“O Japão é pior que a China nesse aspecto. A China é má, horrível, mas o Japão é muito pior”, afirmou Gonçalves. Ele alegou que o Japão foi responsável por ensinar a China práticas como a superprodução e o excesso de capacidade no setor siderúrgico.
Gonçalves apontou como exemplo a parceria anterior entre a Nippon Steel, uma gigante japonesa do setor, e a Baoshan Iron & Steel (Baosteel), da China. A colaboração entre as empresas remonta à década de 1980, quando a Nippon Steel, com apoio do governo japonês, forneceu assistência tecnológica e financeira para a construção da Baosteel, hoje uma das maiores produtoras de aço do mundo.
Embora a parceria tenha sido encerrada em julho de 2024, Gonçalves destacou que o impacto dessas práticas continua sendo sentido globalmente, contribuindo para a saturação do mercado de aço.
Essas declarações ocorrem em um momento de intensificação das tensões comerciais globais e refletem a crescente pressão dos Estados Unidos para proteger sua indústria siderúrgica. O bloqueio do acordo entre as empresas e os comentários de Gonçalves sugerem um aumento na vigilância sobre práticas comerciais e alianças globais que impactam diretamente a competitividade do setor nos EUA.
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