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Sexta-feira, 17 de Janeiro de 2025

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Mudanças nas Regras de Moderação do Facebook: Impactos no Brasil e no Mundo

Mudanças significativas nas políticas de moderação de conteúdo do Facebook, Instagram e WhatsApp

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Por RPJNews
Mudanças nas Regras de Moderação do Facebook: Impactos no Brasil e no Mundo
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Mark Zuckerberg, CEO da Meta, anunciou mudanças significativas nas políticas de moderação de conteúdo do Facebook, Instagram e WhatsApp, em um movimento que ele descreve como uma tentativa de promover a "liberdade de expressão". Essas alterações, que já começaram a ser implementadas nos Estados Unidos, incluem o fim das parcerias com verificadores de fatos e ajustes na abordagem de moderação de conteúdo político e casos de menor gravidade. No Brasil, as mudanças geram preocupação em meio ao debate sobre regulação das big techs, especialmente com a tramitação de propostas como o PL das Fake News.

Principais mudanças anunciadas pela Meta

  1. Fim da verificação de fatos por terceiros: A Meta descontinuará as parcerias com agências de checagem e também reduzirá a atuação de sua equipe interna nessa área.
  2. Correções pelos próprios usuários: Em casos considerados de "menor gravidade", usuários poderão adicionar correções diretamente às postagens.
  3. Prioridade ao conteúdo político: A empresa planeja sugerir mais conteúdos políticos com base no engajamento dos usuários, mas sem detalhar os critérios.
  4. Filtros contra violência: Filtros serão implementados para combater violações graves, enquanto ações em casos leves dependerão de denúncias feitas pelos usuários.

Críticas e reações no Brasil

No Brasil, a mudança foi recebida com apreensão por autoridades e especialistas em regulação digital. João Brant, secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social (Secom), criticou a postura da Meta e destacou que a referência de Zuckerberg a "tribunais secretos" parece apontar diretamente ao Supremo Tribunal Federal (STF). O STF tem sido protagonista na remoção de conteúdos que promovem fake news e ataques ao estado democrático de direito.

Brant afirmou que a Meta parece alinhar-se com o governo dos Estados Unidos para desafiar legislações internacionais que buscam responsabilizar as big techs por conteúdos nocivos, colocando em xeque esforços para proteger direitos no ambiente online.

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Regulação das redes sociais no Brasil

O Brasil está em processo de discutir e implementar novas regulamentações para o ambiente digital, com foco no Marco Civil da Internet e no PL das Fake News. Essas iniciativas visam estabelecer limites e responsabilidades para plataformas digitais, incluindo a obrigatoriedade de moderação de conteúdos que incentivem a violência ou disseminem desinformação.

A nova postura da Meta pode complicar a aplicação dessas leis, especialmente diante da redução de esforços da empresa em checar conteúdos ou moderar violações consideradas menos graves.

Impactos globais e implicações futuras

O discurso de Zuckerberg também foi marcado por críticas a regulações da União Europeia e a ações judiciais em países latino-americanos. A Meta argumenta que tais medidas restringem a liberdade de expressão e impõem barreiras para a atuação de empresas americanas. No entanto, o posicionamento da empresa gerou desconfiança em relação ao real comprometimento com a responsabilidade digital e a segurança dos usuários.

Finalmente, uma movimentação foi feita por parte da rede social, algo aguardado há tempos. A RPJNEWS destaca que enfrenta grandes dificuldades para utilizar o Facebook de maneira eficaz. A plataforma frequentemente confronta o jornalismo independente, dificultando a propagação de matérias e, em muitos casos, bloqueando conteúdos sem motivos aparentes. Essa postura tem sido um obstáculo para a atuação jornalística na rede, reforçando a necessidade de mais mudanças para um ambiente digital mais inclusivo e transparente.

Para o Brasil, as mudanças na política da Meta reforçam a urgência de uma regulação que equilibre liberdade de expressão e responsabilidade, garantindo um ambiente digital mais seguro e justo. A reação de governos e órgãos reguladores a essa nova postura será fundamental para definir o futuro da interação entre plataformas digitais e sociedade.

FONTE/CRÉDITOS: Da redação
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