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Em Meio à Onda Xenófoba, Japoneses Vão às Ruas em Defesa de Estrangeiros em Saitama

Enquanto cidadãos defendem a convivência e culpam a política, o silêncio e o apoio de parte da comunidade estrangeira, incluindo brasileiros, é notado

Em Meio à Onda Xenófoba, Japoneses Vão às Ruas em Defesa de Estrangeiros em Saitama
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SAITAMA, JAPÃO – Em um ato de resistência contra a escalada de discursos anti-imigração, um grupo de japoneses foi às ruas na noite do dia 13, na saída leste da Estação JR Urawa, em Saitama, para se manifestar contra a xenofobia. A manifestação foi organizada pelo grupo "Flower Demo Saitama", que, além de visar erradicar a violência sexual, adotou a postura de "repúdio a toda discriminação".

Cerca de 20 cidadãos participaram do protesto, pedindo a eliminação da discriminação contra estrangeiros e da xenofobia. Os manifestantes seguravam cartazes com mensagens diretas como "Eu me oponho à discriminação" e "Vamos viver juntos!", revezando-se nos discursos.

A Culpa é da Política, Não do Estrangeiro

As falas dos participantes sublinhavam a importância da convivência e a crítica ao uso do estrangeiro como bode expiatório para problemas sociais. "A discriminação destrói a cultura e a ordem internacional", disse um dos oradores. Outro apontou a responsabilidade para o governo: "Suas dificuldades na vida não são culpa do estrangeiro sentado ao seu lado. É responsabilidade da política." O grupo buscou desviar o foco da culpa individual para as falhas estruturais e políticas que geram descontentamento social.

Este movimento de apoio é crucial, visto que a região de Saitama tem sido o epicentro de recentes polêmicas, como a aprovação de declarações de endurecimento contra imigrantes e as falas controversas de um deputado local, que afirmou que estrangeiros não teriam "direitos humanos fundamentais".

O Contraste: Japoneses na Defesa e Estrangeiros no Silêncio

O que chama a atenção, no entanto, é o silêncio – e por vezes, o apoio – de uma parte da própria comunidade estrangeira aos discursos xenófobos. Enquanto cidadãos japoneses se mobilizam para defender o direito de convivência, é perceptível que alguns estrangeiros, em especial membros da comunidade brasileira, demonstram apoio ou indiferença a falas e políticas que visam a repressão de imigrantes em situação irregular.

Essa postura paradoxal sugere que as narrativas xenófobas encontram eco até mesmo entre aqueles que são ou poderiam ser alvo de discriminação, muitas vezes por questões de alinhamento político ou por buscarem se desassociar dos imigrantes mais vulneráveis. Assim, o protesto do "Flower Demo Saitama" não é apenas um ato de solidariedade, mas um lembrete do valor da defesa dos direitos humanos, que deveria ser abraçada por todos, independentemente da nacionalidade.

Fonte/Créditos: Da redação

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Reportagem comunitária integrando brasileiros no exterior

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