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SÃO BERNARDO DO CAMPO, SP – O Brasil está em alerta máximo após a confirmação de mais uma vítima fatal de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol. Nesta segunda-feira (6), a Prefeitura de São Bernardo do Campo confirmou a morte de Bruna Araújo, de 30 anos, que estava internada em estado grave após consumir uma vodca com suco de pêssego contaminada. Bruna estava no Hospital de Clínicas desde o dia 29 de setembro e faleceu após a adoção do protocolo de cuidados paliativos.

A paciente chegou a receber o "antídoto" contra o metanol e passou por sessões de hemodiálise. A tragédia ocorre enquanto o Ministério da Saúde registra um total de 225 notificações de casos suspeitos e confirmados de intoxicação por metanol no Brasil, com 16 confirmações até o último levantamento.

Diante da gravidade da situação, a Prefeitura de São Paulo reforçou a importância de redobrar os cuidados contra o consumo de produtos falsificados e divulgou orientações essenciais sobre a substância.

O Perigo Silencioso: Metanol x Etanol

O metanol é um tipo de álcool líquido, inflamável e altamente tóxico, usado principalmente em combustíveis, solventes e produtos industriais, como plásticos e tintas. Embora quimicamente similar ao etanol presente em bebidas alcoólicas, uma sutil diferença em sua estrutura o torna venenoso para os seres humanos.

O metanol é proibido na fabricação de bebidas alcoólicas. Sua presença em produtos como gim, vodca e uísque indica uma adulteração ilegal que visa aumentar o teor alcoólico ou o volume a um custo muito baixo.

Efeitos Devastadores no Corpo Humano

A ingestão de metanol desencadeia uma reação catastrófica no organismo:

1. Conversão Tóxica: No fígado, o metanol é convertido em substâncias altamente venenosas, como formaldeído e ácido fórmico.

2. Sintomas Iniciais: Nas primeiras seis horas, os sintomas podem simular a embriaguez comum, incluindo náusea, vômito e dor abdominal.

3. Sinais de Agravamento: Se o quadro piorar, é urgente buscar atendimento médico. Os sintomas graves incluem visão turva, sensibilidade à luz (fotofobia) e confusão mental.

4. Risco Fatal: O metanol pode causar insuficiência respiratória, coma e levar ao óbito em menos de 24 horas.

A dimensão global do problema é alarmante. Dados da Médicos Sem Fronteiras (MSF) estimam que, desde 1998, cerca de 40 mil pessoas em todo o mundo já foram afetadas por intoxicação por metanol, resultando em aproximadamente 14,4 mil mortes.

As autoridades de saúde pedem que qualquer pessoa com suspeita de ter ingerido bebidas adulteradas, ou que apresente os sintomas graves mencionados, procure imediatamente uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou hospital.