SAITAMA, JAPÃO – Uma sessão da Assembleia da Prefeitura de Saitama foi palco de uma intensa polêmica no dia 1º de outubro, após uma declaração chocante do deputado Masahide Moroi (56). Durante um questionamento ao governador Motohiro Ono, Moroi afirmou categoricamente que "estrangeiros não têm direitos humanos fundamentais" no Japão. A declaração, feita enquanto o parlamentar cobrava medidas de segurança pública e citava supostos crimes cometidos por não-japoneses, gerou críticas imediatas.
Moroi insistiu que estrangeiros "têm uma posição legal diferente dos japoneses" e, por isso, "direitos humanos fundamentais não existem para estrangeiros". O governador Motohiro Ono, que estava sendo questionado, rebateu prontamente a afirmação, declarando: "Não compartilho da opinião de que os estrangeiros não tenham direitos humanos fundamentais."
Retratação Insuficiente e Críticas da Oposição
Diante da repercussão negativa, o deputado tentou amenizar sua fala, alegando que se expressou mal devido ao tempo limitado. "Eles têm direitos humanos fundamentais como seres humanos, mas não desfrutam dos mesmos direitos que os japoneses, como votar ou se candidatar. Minhas palavras foram insuficientes", justificou.
Apesar da retratação, o dano político estava feito e a reação foi majoritariamente negativa dentro da assembleia. Takumi Tamura, líder da bancada do Partido Liberal Democrata (PLD), classificou a fala como "uma tremenda falta de discernimento". Já Noriko Shiroshita, do Partido Comunista Japonês, lembrou que o próprio Moroi havia apoiado, no ano anterior, uma lei que garantia direitos humanos a todos, independentemente de raça ou nacionalidade, expondo a contradição do deputado.
Moroi, que cumpre seu quinto mandato e tem base política na cidade de Hanyu, continua sendo alvo de críticas e pressões para esclarecer oficialmente sua posição, enquanto o caso reacende o debate sobre a forma como o Japão trata a questão dos direitos humanos de seus residentes estrangeiros.
Fonte/Créditos: Da redação
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