NOVA YORK – O Japão optou por não se juntar à lista crescente de países que reconhecem formalmente o Estado palestino durante uma conferência de alto nível na sede da ONU, em Nova York. Ainda assim, o governo japonês ressaltou que a criação de dois Estados continua sendo o único caminho viável para uma paz duradoura entre israelenses e palestinos.
“A questão do reconhecimento de um Estado palestino não é de se, mas de quando”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Takeshi Iwaya. Ele destacou que o Japão continuará acompanhando de perto os desdobramentos no Oriente Médio e avaliando o tema com “ainda mais seriedade”.
A postura japonesa contrasta com a de vários países ocidentais, como França, Reino Unido, Canadá e Portugal, que já reconheceram a Palestina, e reforça o alinhamento de Tóquio com os Estados Unidos, seu aliado estratégico. Atualmente, quase 160 países já reconhecem oficialmente o Estado palestino — mais de 80% dos membros da ONU.
Apesar da cautela no reconhecimento, o Japão fez duras críticas a Israel. Iwaya declarou que Tóquio “condena veementemente” ações unilaterais israelenses, como a intensificação das operações militares em Gaza e a expansão dos assentamentos na Cisjordânia. Ele alertou que, caso Israel continue a obstruir uma solução de dois Estados, “o Japão será forçado a considerar novas medidas em resposta”.
O ministro também dirigiu um apelo ao Hamas, exigindo a libertação imediata de todos os reféns ainda em cativeiro desde o ataque de 2023 e o desarmamento do grupo militante.
A conferência, organizada pela França e pela Arábia Saudita às vésperas do Debate Geral da Assembleia-Geral da ONU, buscou reanimar as negociações para a criação de um Estado palestino ao lado de Israel. O presidente francês Emmanuel Macron reafirmou seu reconhecimento formal e classificou a iniciativa como “a única solução que permitirá a Israel viver em paz”.
Os Estados Unidos e Israel, por outro lado, boicotaram o encontro. Washington argumentou que a medida apenas fortaleceria o Hamas e prolongaria o conflito, que já se arrasta por quase dois anos.
Fonte/Créditos: Da redação
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