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Terça-feira, 12 de Novembro de 2024

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Japonês Condenado à pena capital por Quase 50 Anos é Absolvido

Iwao Hakamada passou 48 anos na prisão, mas foi inocentado em novo julgamento após críticas ao sistema judicial japonês.

Japonês Condenado à pena capital por Quase 50 Anos é Absolvido
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Após quase meio século no corredor da morte, Iwao Hakamada, ex-boxeador profissional japonês, foi absolvido dos crimes pelos quais havia sido condenado em 1968. Aos 88 anos, Hakamada é agora o condenado à morte mais antigo do mundo a ser inocentado, de acordo com a Anistia Internacional.

A história de Hakamada começou em 1966, quando ele foi acusado de assassinar seu chefe, a esposa dele e seus dois filhos. Durante o interrogatório que durou 20 dias, o ex-boxeador confessou os crimes, mas mais tarde recuou, afirmando que havia sido forçado a confessar sob tortura e espancamentos. Grupos de direitos humanos criticam fortemente o sistema judicial do Japão, alegando que ele se baseia excessivamente em confissões, muitas vezes obtidas de forma coercitiva.

A absolvição de Hakamada pelo Tribunal Distrital de Shizuoka, destaca as falhas no sistema de justiça criminal do país, tornando-o o quinto condenado à morte no Japão do pós-guerra a ser declarado inocente em um novo julgamento. Essa decisão também reacendeu o debate sobre a pena de morte e a credibilidade das confissões forçadas no sistema legal japonês.

A luta de Hakamada por justiça é um marco histórico e um exemplo das limitações e das injustiças que podem ocorrer quando o sistema depende excessivamente de confissões, muitas vezes obtidas em circunstâncias duvidosas. Mesmo livre, Hakamada passou 48 anos de sua vida atrás das grades, carregando o peso de uma sentença que agora foi oficialmente revogada.

Essa prática da polícia japonesa tem sido alvo de críticas constantes da RPJ e por parte de advogados e defensores dos direitos humanos, que denunciam o uso de confissões forçadas. Hakamada, que passou o maior tempo no corredor da morte no mundo, pode receber uma indenização superior a 200 milhões de ienes, aproximadamente 1,3 milhão de dólares, o maior valor já registrado em casos do tipo no Japão.

FONTE/CRÉDITOS: Toshio Sudo- Formado em jornalismo no Centro Universitário Braz Cubas
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